terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Eça de Queirós - Realismo em Portugal


Eça de Queirós (1845-1900) formou-se em Direito, foi nomeado cônsul, tendo trabalhado em Havana, Londres, Paris e outras grandes cidades. Em Paris, sua casa era frequentada por intelectuais brasileiros, como Olavo Bilac e o Barão do Rio Branco.

  • Formulou de modo mais claro o seu projeto literário;
  • Seus romances e contos são vistos como exemplos de um olhar impiedoso sobre os homens e as mulheres que formavam a sociedade portuguesa de seu tempo;
  • Inspirou-se na Comédia humana, de Honoré Balzac;
  • Três romances constituem o conjunto da Cena da vida portuguesa : O crime do Padre Amaro, Primo Basílio e Os Maias;
  • Pôs-se a compor um perfil literário de seu país, armado das ácidas tintas do Realismo.
O crime do Padre Amaro

  • Publicado em 1875
  • Romance inaugural
  • Escolheu a igreja como alvo de críticas 
  • Amaro Vieira torna-se sacerdote por comodismo
O Primo Basílio 

  • Volta o olhar crítico para o casamento como instituição representativa da burguesa
  • Publicado em 1878
  • Conta a história de Luísa, Jorge e Basílio
Os Maias 

  • Considerando o mais acabado romance de Eça
  • Tem o envolvimento incestuoso de irmãos e a vida da alta burguesia de Lisboa como ponto de partida
Assim. Eça se destacou como crítico do Realismo, tendo suas histórias lidas em todos os lugares do mundo.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Realismo em Portugal

Início: 1865
Marco inicial : questão Coimbrã
  • Era uma época em que liberais e representantes da velha monarquia deposta em 1820 tratavam várias lutas. 
  • Movimento de renovação, uma tentativa de levar Portugal à modernidade, trazendo ao país ideias filosóficas e científicas que estava em alta na Europa na época.
Características: 
  • Foco em questões sociais e na realidade como ela é;
  • Descrição de pessoas comuns, com problemas e limitações como todos seres humanos;
  • Foco na vida cotidiana e na denúncia de falsos valores trazendo uma moral que possivelmente, é mais eficaz do que a simples condenação de atitudes que exigia em movimentos anteriores, uma vez que mostra a origem e as consequências dos valores falidos da época.
Fonte: www.rachacuca.com.br



Eça de Queiroz (obras)
  • A cidade e as Serras
  • O crime do Padre Amaro
  • O Primo Basílio
  • Os Maias
  • O Mandarim
  • O mistério da estrada de Sintra 
Fonte: www.educação.globo.com.br
Fonte da imagem: www.escritoresanorte.com.br




terça-feira, 16 de agosto de 2016

Livros, poemas e filmes que serão cobrados para o vestibular UFGD 2017

I – Livros 

1. A Retirada da Laguna, de Visconde de Taunay (2016, Centenário da Retirada da Laguna);

2. Águas, de Manoel de Barros;

3. Cantos de Terra, de Emmanuel Marinho; 

4. O Fim do Homem Soviético, de Svetlana Alexievich (Prêmio Nobel de Literatura em 2015);

5. Refugiados - Em busca de um mundo sem fronteiras, de Ricardo Bown.

II – Poemas

1. “Navio Negreiro”, Castro Alves.

III – Filmes 

1. O Menino e o Mundo 
Gênero: Animação. 
Tempo de Duração: 1h25min. 
Ano de Lançamento: 2014. 
Direção: Alê Abreu. 

2. A Poeira: uma História do Pantanal 
Gênero: Ficção. 
Tempo de Duração: 14min. 
Ano de Lançamento: 2007. 
Direção: Augusto Proença e Hélio Godoy.

3. Em Nome da Lei
 Gênero: ação, drama, suspense. 
Tempo de Duração: 1h35min. 
Ano de Lançamento: 2016. 
Direção: Sérgio Rezende. 

Disponível em:  http://cs.ufgd.edu.br/download/Edital_obras_psv_2017_2018_2019.pdf 

G. , L.




Cinco minutos



 Título:Cinco Minutos
Autor: José de Alencar
Ano de publicação: 1856
Gênero: Romance

          
       O livro publicado em 1856, de José de Alencar, narra a história que ele diz contar para sua prima. Diz o autor não ser uma história de amor, mas, por conta de um atraso de cinco minutos sua vida é mudada, pois ele não gosta de ser pontual, e graças a sua impontualidade, conhece Carlota o amor de sua vida, uma jovem de 16 anos. Dentro de um ônibus ela não revela sua pessoa, mas por seus doces toques e sua pele macia , o homem percebe que é uma bela moça, a mais linda de todas as mulheres.
            Passam-se 15 dias e o cavalheiro em pleno sofrimento, ainda está a procura de sua amada no mesmo lugar do incidente onde a conheceu, por volta das 19:00 horas, mas a moça não havia deixado nenhum sinal. Há um baile onde ele vai a expectativa de reencontrá-la, pois há poucos dias ele havia encontrado uma velha com a mesma voz doce e suave de sua esperada donzela, dizendo-lhe também as mesmas palavras de quando se conheceram ‘’non ti scordar di me’’. Por algum sinal, no baile ele descobre que a velha era mãe de seu amor, ele a seguiu e reencontrou quem esperava, ela estava lá, com o mesmo véu tampando seu belo e misterioso rosto. A moça nunca havia de revelar-se, sempre pedindo para ser esquecida, assim, viajando para longe de seu alcance.
            O homem vai para seu lugar de moradia onde passa seus dias cavalgando para tentar esquecê-la depois de ter recebido uma dolorosa carta, mas seu filho lhe entrega uma outra carta recebida a alguns dias fazendo com que suas esperanças se renovem e ele busque pela sua felicidade ao lado da jovem. O amor o dá forças para ir em busca de ‘’sua amiga’’, ele descobre onde ela está morando e a reencontra. Ela pede uma prova de seu amor e aceita ficar com ele, mas some novamente. A moça deixa-lhe uma carta contando sua história de vida, seu sofrimento desde a infância, e seus medos, e contando de uma doença que pode ser incurável, mas ainda não desiste de ficar com ele pedindo para ele ir atrás dela. Ele aceita seu pedido e vai atrás dela, enfrentando desafios inacreditáveis, atravessando o mar, correndo milhas, em uma angústia inacabável.
            O cavalheiro consegue chegar ao Rio de Janeiro, mas quando vê ela já está partindo de navio para a Europa, eles se olham despedindo tristemente. Ele não pode deixar sua amada então, logo no próximo navio, o homem parte em seguida atrás. Chega na Europa a encontra provando seu profundo e verdadeiro amor. Os dois se casam, Carlota se cura de sua doença de amor e graças a esperança, os dois viajam e desfrutam de suas fantasias amorosas. José de Alencar e Carlota terminam o livro escrevendo suas cartas um para o outro, para enviarem e lerem futuramente, contando assim a história para sua prima. Para ele, a pontualidade é uma excelente virtude para a máquina, mas um grave defeito para o homem.
            O livro relata um fantasioso e clássico romance da geração romântica em que os autores sonham com suas amadas e tudo torna-se uma linda fantasia. É um livro recomendado para pessoas com baixa auto estima , pois apesar de todo o fantasioso amor, se passa uma bela mensagem em que a esperança é um ponto para colocarmos à frente em nossas vidas e jamais desistir de ser feliz. A parte em que mais gostei foi o final, pois gera uma certa dúvida de como o livro acaba, fazendo assim com que nós leitores criamos o nosso final!
           
  Fonte da imagem : www.mundodamarina.com.br

L.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

O Crime do Padre Amaro


Título: O Crime do Padre Amaro
Autor: Eça de Queirós
Ano de Publicação: 1875
Gênero: Romance

Resenha

   Amaro é um jovem padre que é designado para a paróquia de uma cidade chamada Leiria, após a morte do antigo padre.    Este se torna hóspede de Senhora Joaneira, mãe de Amélia, uma jovem que está noiva de João Eduardo.
Todas as noites acontecia encontros entre beatos e o clero, marcados por jantares, conversas e discussões sobre a fé. E durante esses encontros, Amaro e Amélia flertavam um com o outro, trocando olhares. Obviamente, isso despertava ciúmes no noivo da bela moça.
        Quase na metade do livro, fatos sobre o passado de Amaro e os motivos que o levarem a escolher ser padre, são revelados ao leitor. Amaro vivia com sua tia, e por obediência, ingressou no seminário aos quinze anos, mesmo que fosse contra sua vontade. Sendo assim, Amaro era sacerdote por profissão, e não por vocação.
Mesmo com toda sua paixão pela moça, Amaro continuou com seus compromissos e a realizar suas missas, mas apenas por costume. Ele queria mesmo era estar com uma mulher, com Amélia; inclusive, chegava a associar a imagem de Nossa Senhora com a de uma, e sentia desejo por ela.
Certa vez, no sítio da família de Amélia, Amaro beijou o pescoço da jovem, e esta, por sua vez, saiu correndo. O padre, com medo de ter mais intimidade e acabar sendo descoberto, mudou de casa.
João Eduardo ficava cada vez mais bravo com o padre, sentindo mais ciúmes conforme Amélia recebia visitas dele. Até que certa vez ele decidiu escrever comunicados criticando os padres e citando que Amaro estava se envolvendo com uma "donzela inexperiente". Isso causou para João Eduardo inúmeros problemas, como perder o emprego e a noiva.
        Mais tarde, Amaro volta a frequentar as reuniões na casa de Joaneira. E agora, ele tem mais liberdade, sem a presença de João Eduardo. Até que certa noite, voltando da casa do cônego, Amaro e Amélia tem sua primeira relação na casa do padre.
        O casal passa a se encontrar escondido no sineiro, seguindo o conselho de uma criada. Os dois desenvolveram inúmeras mentiras, na tentativa de que ninguém descobrisse sobre os seus segredos. Até que Amélia fica grávida e, sem saídas, ela é mandada para viver no interior com uma senhora doente, até o momento do parto. Então, quando a criança nasce, Amaro entrega o filho para uma família, que por acaso é famosa por matar crianças que lhe são entregues. E sem suportar a ausência de seu filho, Amélia acaba falecendo.
        Desesperado com os acontecimentos, Amaro deixa a cidade. E algum tempo depois, ao se encontrar com o cônego, este afirma que tudo passa e continua sua vida. 
        Eu acredito que a obra poderia ter sido mais bem trabalhada. Ela tem um ritmo lento e parece que nunca sai do mesmo lugar. O autor se prendeu muito em detalhar tudo, e isso acabou atrasando os acontecimentos.
        Eu esperava que houvesse mais dúvidas no Amaro, esperava que ele vivesse conflitos internos, se perguntando o que valia mais: a sua honra ou uma garota comprometida.
        Não achei os personagens realmente interessantes. O final era previsível, não poderia haver um final feliz e o romance deles também não merecia essa honra.

Fonte da imagem: www.luso-livros.net.com.br

B.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Amor de Perdição





Título: Amor de Perdição.
Autor: Camilo Castelo Branco.
Ano de Publicação: 1862
Gênero: Romance.

                                                                                
                        Resenha
Amor de perdição nos conta a história de Simão Botelho que se apaixona por sua vizinha Teresa Albuquerque. Infelizmente suas famílias proíbem o namoro dos dois.
Simão não era o tipo de garoto que todo pai deseja como genro, ele estava sempre se metendo em confusão. Não ajudou em nada o fato do pai de Teresa já ter uma certa inimizade com Domingas Botelho, pai de Simão.
O quarto de Simão era de frente ao quarto de Teresa, eles sempre conversavam com muita cautela, porém, na véspera de Simão voltar à Coimbra, para estudar, o pai de Teresa a arrancou da janela, onde conversava com Simão. Este se desesperou e passou a noite toda planejando vingança.
Ao nascer do dia, Simão, já mais calmo, volta para Coimbra com o objetivo de se formar e assim garantir um futuro para ele e sua amada.
Teresa, que permanece em Viseu, é ameaçada pelo pai de ter que ir morar em um convento, por causa do seu relacionamento com Simão, porém, isso não os intimida já que eles mantém contato por meio de cartas.
Ao decorrer da história Tadeu Albuquerque, pai de Teresa, com medo do amor da filha por Simão, tenta diversas vezes casar a filha com Baltasar, que é primo dela. Teresa se nega, mesmo com todas as ameaças do pai.
Simão decide ir para Viseu visitar Teresa. Ele se esconde na casa de João da Cruz, um homem que ele conhece por acaso, mas que devia a vida a seu pai. Teresa concordou com o plano de Simão em ir visitá-la, contudo não contou que a noite em que combinaram de se encontrar era a noite do seu aniversário, o que dificultou o encontro dos dois.
Teresa acaba indo morar em um convento, mas ainda assim continua conversando com Simão por meio de cartas.
Simão decide ficar na casa de João da Cruz, onde convive também com Mariana, filha de João, que acaba apaixonando-se pelo hóspede.
Em uma carta Teresa revela a Simão que seu pai levará ela para um convento ainda mais distante, no Porto. Baltasar, suas irmãs e Tadeu de Albuquerque encontram Simão na frente do convento em que está Teresa. Simão discute com Baltasar e acaba matando-o, seu pai se nega a usar seus poderes de corregedor para livrar o filho da prisão. Teresa mesmo tendo desmaiado ao ver Simão, é levada ao convento de Monchique no Porto.
Nesse ponto da história Teresa começa a adoecer, Mariana fica louca por achar que Simão será condenado a forca e Simão simplesmente desiste da vida e não faz nada para se livrar da cadeia e por seguinte da forca.
João da Cruz morre e deixa sua herança a sua filha Mariana, que por amor decide morar perto da cadeia onde esta Simão. Com a inusitada ajuda de seu pai Simão se livra da forca, contudo ele acaba sendo condenado a dez anos de degredo na Índia. Mariana decide não abandonar Simão e vai junto com ele para a Índia, mesmo sabendo que ele ama outra.
No Porto, Simão viu alguém acenando ao longe de uma janela, em um mosteiro. Era Teresa, que já muito debilitada, acaba morrendo ao acenar.       Ela havia pedido que fossem entregues as cartas e pétalas de rosas secas que Simão havia dado à ela, além de uma carta que tinha escrito ciente de que iria morrer. Simão recebe as cartas a ao saber da morte de Teresa, tem total certeza que morrerá. E de fato ele morre, sem nem mesmo chegar à Índia, acaba adoecendo e falecendo dias depois de embarcar no navio.
O corpo sem vida de Simão é lançado ao oceano, com um peso pendurado a ele. Mariana previsivelmente não suporta a morte de Simão e salta na água, agarrando-se a ele, e desta forma suicidando-se.
O melancólico final dos integrantes do triângulo amoroso, emociona e irrita mas não surpreende. A história se passa em Portugal e faz críticas ao moralismo artificial da época, também se observa o rico uso de ironias e sátiras.    
Fonte da imagem: faciletrando.wordpress.com
J.



sexta-feira, 17 de junho de 2016

"Senhora"


Título: Senhora
Autor: José de Alencar
Ano de Publicação: 1875
Gênero: Romance

Resenha

O livro se subdivide em quatro partes, mas ambas giram em torno da mesma história, a vida de uma moça muito rica e bonita chamada Aurélia. Ela teria herdado uma herança enorme de um avô que não conhecia antes do mesmo se apresentar a ela e lhe deixar toda a sua fortuna.
Aurélia, no auge da juventude, passou a visitar vários bailes da sociedade fluminense. Em um desses bailes, Aurélia reencontra Fernando Seixas, seu ex-amor de alguns anos atrás, que a largara por uma moça que tinha dinheiro.
A moça morava em sua mansão herdada por seu avô, com uma senhora chamada Firmina, por qual ela tinha muito carinho. Depois de um desses bailes, Aurélia decide que quer se casar com Fernando, mas o mesmo já está prometido à outra moça, a Adelaide Amaral.
Aurélia pede à seu tio, Sr. Lemos, que é quem cuida de suas finanças, que vá conversar com Fernando para que ele aceite casar-se com ela. Mas, há um porém, ele não pode revelar o nome da moça à Fernando, apenas que ela é muito bonita e rica, e aceita pagar um dote de cem contos de réis em troca do casamento.
         Fernando aceita, e apenas no dia do noivado é que ele descobre que a moça que ele aceitou desposar é a mesma que ele teria jurado amores há tempos atrás. O casamento foi simples, sem muitos convidados, somente alguns conhecidos; Ambos os noivos pareciam felizes durante a cerimônia.
         Na noite de núpcias, Aurélia pergunta à Seixas se ele a ama de verdade, e o mesmo confirma. Ela não acredita, e o acusa de ser um homem vendido, e que o relacionamento dos dois não passava de uma farsa. Aurélia então começa a contar a sua história desde o começo, desde como seus pais se conheceram, até quando recebera a herança; a partir disso, se inicia a segunda parte do livro.
         Os pais de Aurélia se casaram sem o conhecimento de seu avô, que era pai de Pedro Camargo, o pai de Aurélia. Pedro sofre de uma doença e acaba falecendo, e Emília, mãe de Aurélia se encontra em péssimas condições para criar a filha. É nessa fase de sua vida, que Aurélia conhece Fernando Seixas, por quem se apaixona perdidamente, e o mesmo a corresponde. Eles resolvem se casar, mas a ganância de Fernando fala mais alto e ele desfaz o compromisso com Aurélia e assume noivado com Adelaide Amaral, uma moça muito rica.
         Já muito velho e doente o avô de Aurélia fica sabendo da existência de uma neta e a procura deixando assim toda sua fortuna para ela após sua morte. Depois de pouco tempo de ter recebido a herança, a mãe de Aurélia morre, deixando-a sob os cuidados de seu tio e padrinho Sr. Lemos.
         Após contar a história Aurélia o humilha de novo dizendo que fora vendido pela segunda vez; E ele diz que não a ama mais e que só se casou com ela por causa de dinheiro e já que todos os papéis estavam todos assinados ele a pertencia para sempre.
         A terceira parte do livro resumidamente retrata como é a vida cotidiana do casal. Aurélia e Fernando vivem em pé de guerra longe da vista dos outros, mas quando estão em bailes ou na frente de mais alguém, fingem ser um casal que se ama.
         Aurélia acredita que Fernando é e sempre será sua propriedade, por isso abusa de seus caprichos e humilha cada vez mais e mais seu marido, que a cada dia que passa se arrepende mais de ter se vendido à ela. Fernando é apenas um escravo para Aurélia que o faz obedecer e satisfazer todas as suas vontades.
         Após passarem uma temporada na casa de férias de Aurélia, ambos começam a se aproximar, Aurélia começa a tratar melhor seu marido e eles começam a criar uma amizade.
       Na quarta e última parte do livro, o autor descreve a aproximação e o redescobrimento do amor entre Aurélia e Fernando. Após um tempo, Fernando vê-se completamente encantado por sua esposa, e toda aquela repulsa que um sentia pelo outro desaparece e dá lugar a um sentimento novo e inquietante.
         Mesmo estando um apaixonado pelo outro, não deixam o orgulho de lado e não se deixam envolver. Fernando então provar o seu valor e sai debaixo dos cuidados de sua esposa que lhe proporcionava tanto luxo; Começa então a trabalhar e a provar sua eficiência. Fernando se dedica muito em seu trabalho e consegue uma quantia muito alta em um de seus negócios. Com o dinheiro em mãos, ele decide pagar à Aurélia cem contos de réis, comprando assim sua liberdade. Fernando pede divórcio, por achar que Aurélia não o correspondia, e em meio ao processo, Aurélia lhe mostra uma carta, que seria seu testamento, onde ela declara todo o amor que sente por Fernando.
         Aurélia vê que seu marido já não é mais o mesmo moço interesseiro que se casara há meses atrás, Fernando estava mudado, mais maduro e seguro. Após ficarem sabendo que são correspondidos, o casal que antes se odiava, vive agora em harmonia e muita paixão.

A linguagem do livro é muito rica e rebuscada, sendo assim um pouco difícil a compreensão da história; Mas com a presença do vocabulário na parte inferior do livro, a história fica mais clara.
A história se passa no Rio de Janeiro, na época da monarquia portuguesa, e retrata muito de como era a vida das pessoas naquela época. Bailes e jantares da corte também são postos no livro. O livro é do gênero romântico, e é considerado uma das pérolas da literatura brasileira.

I.





segunda-feira, 13 de junho de 2016

"O Cortiço"










            Título: O Cortiço
  Autor: Aluísio de Azevedo
     Ano de Publicação: 1890
     Gênero: Romance


                    Resenha (Contém Spoilers)

     "O Cortiço", clássico literário de Aluísio de Azevedo e publicado em 1890 pela primeira vez, conta a história de João Romão, um português que faria de tudo para enriquecer. Certo dia, no bairro do Botafogo, Rio de Janeiro, conhece Bertoleza, dona de uma banca de variedades, a negra logo foi conquistada pelo português e os dois se tornam amantes. Nisso João Romão começou a controlar toda a economia de Bertoleza e a mesma, sendo escrava, ganha uma carta de alforria falsa forjada por João.

      João começa a obter lucro com a vendinha e compra uma pedreira próxima, e logo começa a construir. Assim nasce o Cortiço São Romão, que rapidamente ganha habitantes como senhoras portuguesas e trabalhadores da pedreira. Mas um português bem de vida, chamado Miranda, muda-se para uma casa vizinha ao cortiço e logo vê uma ótima oportunidade de ganhar dinheiro. Faz uma proposta de compra do cortiço à João, que recusa, Miranda fica nervoso e vira inimigo de João.
   
     Com um tempo chega um casal nas redondezas: Jerônimo, mestre de obras português e Piedade, sua esposa. Após muita luta, Jerônimo consegue emprego na pedreira e habita o cortiço. Ele se vê encantado com uma brasileira residente lá, a Rita Baiana. Após ficar doente, o trabalhador exemplar passa mal e é cuidado em casa pela esposa e Rita Baiana, a qual ele aproveita para se aproximar.
 
     A aproximação irrita Firmo, amante de Rita Baiana, e ele partiu para cima de Jerônimo e lhe esfaqueou. Isso gerou confusão e a polícia chegou ao local, gerando violência e algumas casas foram incendiadas. A autora do incêndio foi Bruxa, apelido de uma mulher de má aparência e que apreciava tarô. Ao fim da noite uma forte chuva caiu e acalmou o cortiço.

     Jerônimo ficou sob cuidados de Piedade e Rita, enquanto Firmo foi apenas expulso e se mudou para outro cortiço, o "cabeça-de-gato", este acontecimento tornou rivais os dois cortiços. Enquanto isso João Romão teve a ideia de conquistar a filha do vizinho Miranda, chamada Zulmira e herdar o dinheiro de Miranda. Porém tinha um problema: Bertoleza, já velha, era sua companheira.

     Quando Jerônimo saiu do hospital, mais um confronto entre ele e Firmo ocorreu. Com ajuda de cúmplices, Jerônimo espancou-o até a morte e o jogou no mar. Após virar criminoso abandonou o cortiço e sua mulher Piedade e fugiu com Rita Baiana.

     Porém por ventura Rita e Piedade se encontraram, começaram a se estapear, culminando em gritos, o que chamou a atenção dos habitantes do "cabeça-de-gato" e estes vieram vingar a morte de Firmo. Uma enorme briga começou; sendo interrompida por mais um incêndio, causado novamente por Bruxa, vista gargalhando enquanto o fogo a consumia. Bombeiros interviram no local, e houveram vários mortos e feridos. Apesar de tudo, João Romão tinha seguro e o cortiço não sofreu prejuízos.

     João continuou a enriquecer e o cortiço, a se expandir, e acabou ganhando a aprovação de Miranda, antes seu inimigo, para casar-se com Zulmira. Bertoleza ouviu a conversa e chorou pelo amado. Já João Romão preocupava-se em como tirar Bertoleza de sua casa, até questionou assassinato, mas lembrou: a carta de alforria da negra era falsa!

     Bertoleza começou a ficar atenta e com medo do risco que corria. Porém foi pega de surpresa e o seu dono legal chegou para capturá-la. Ao perguntado, João Romão disse que não conhecia a escrava. Bertoleza, descamando peixes com uma faca, percebe que nunca deixou de ser escrava e decide cessar seu sofrimento ao rasgar o próprio ventre.

     João Romão se recusa a olhar a cena, um pouco abalado. Após a tragédia um grupo contra-escravatura bate a porta de Joaõ para entregá-lo um diploma de sócio. E assim se encerra o renomado romance.

     ----------////----------          (Fim dos Spoilers)
   
     O livro, apesar do uso constante de metáforas e outras figuras de linguagem, não exige muito para compreensão. Já a história, oposta a outros romances, é bem realista, destacando fatos cotidianos e não fantasias amorosas. Contém alguns capítulos desnecessários, podendo ser um pouco mais compacto. Um dos mais importantes aspectos são as críticas socais do autor e a ironia, principalmente no final, o que mostra a ganância do ser humano. É muito recomendado para iniciar no universo dos romances clássicos brasileiros!

Fonte da Imagem: www.nossalingua.net.br
R.

Valentine's Day in the XIX Century



            Desde o século XIX, os poetas declamam seu amor incondicional a suas amadas.
            Neste poema, sendo considerado uma declaração, o poeta Luis de Camões, expressa que sua alegria é extrema ao estar ao lado de sua amada, e que o amor o transforma.
            Afirma em seu pensamento que vive de um amor puro, fazendo com que o mesmo não deseje outra coisa a não ser permanecer para sempre ligado a alma de sua amada, tendo a paz tão desejada.






Transforma-se o amador na cousa amada

Transforma-se o amador na cousa amada,
por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.

Se nela está minha alma transformada,
que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
pois consigo tal alma está ligada.

Mas esta linda e pura semidéia,
que, como um acidente em seu sujeito,
assim como a alma minha se conforma,

está no pensamento como idéia:
[e] o vivo e puro amor de que sou feito,
como a matéria simples busca a forma.
                                     Luis de Camões

Fonte da imagem: www.clubestudianteslp.com.ar
Fonte do poema: www.pensador.uol.com.br
L.


sexta-feira, 3 de junho de 2016

"O Primo Basílio"

 
Título: O Primo Basílio
Autor: Eça de Queirós
Ano de publicação: 1878
Gênero: Romance

                Resenha
        
 Sendo um dos mais importantes romances do autor, publicado logo após "O Crime do Padre Amaro", o livro traz forte crítica à sociedade burguesa de Portugal, dando vida à personagens fúteis e ociosos
 Luísa e Jorge têm uma vida boa em casal, mas tudo isso muda quando o primo de Luísa, Basílio, retorna à Lisboa. Quando Jorge, um engenheiro fiel e amoroso, decide sair da cidade por motivos profissionais, Basílio vê a oportunidade de se aproximar de sua prima e concluir os seus desejos da adolescência. Com todo o seu charme, e aproveitando-se da solidão e da fragilidade de Luísa, ele consegue seduzi-la. Os dois passam a se encontrar em um lugar que apelidam de "Paraíso' e a vizinhança, assim como Juliana, a empregada da casa, passam a achar estranhas as saídas de Luísa.
   A moça, perdidamente apaixonada, se encontra em um conflito de sentimentos: estar com seu primo é incrível, mas não deixa de pensar em Jorge.
   Na metade do livro é que o grande acontecimento vem à tona: Juliana, uma das empregadas da casa, descobre o segredo dos amantes através de cartas trocadas entre eles. Rancorosa, mesquinha e invejosa, ela começa a ameaçar Luísa, obrigando-a à servi-la como se ela fosse a dona da casa e exige muito dinheiro em troca do seu silêncio. Desesperada, ela se sujeita à todas essas humilhações, mas não possui tanto dinheiro.
   Ela pede à Basílio, mas este se mostra um canalha: já se cansou de Luísa, e sem tanto dinheiro, foge para a França em busca de novas diversões. Luísa fica sozinha e cada vez mais abatida, e Juliana aproveita para se tornar uma tirana completa.
   Jorge, no final do livro, retorna a sua casa e tudo se complica: a pressão de Juliana aumenta e o marido percebe como a esposa está, de uma hora para outra, tratando a empregada bem e até mesmo fazendo alguns serviços no seu lugar. Isso o deixa surpreso, indignado e até mesmo irritado. Cansado de Juliana, ele decide despedi-la.
    A patroa se desespera e recorre à um amigo do casal, Sebastião, para ajudá-la. Eles planejam então recuperar as cartas. Uma noite, quando Luísa consegue distrair Jorge, Sebastião consegue as cartas, mas como consequência da surpresa e do susto Juliana, que já tinha tido outras decaídas em razão de problemas cardíacos, acaba falecendo.
    Luísa enche-se de alegria, achando que todos os seus tormentos chegaram ao fim. Mas não foi isso que aconteceu. Basílio envia uma carta à prima, porém por um acaso do destino, quem a recebe é o próprio Jorge e decide lê-la. 
    Amargurado e infeliz, decide cobrar explicações de Luísa, que desmascarada e totalmente envergonhada, acaba adoecendo. Percebendo o estado crítico da esposa, decide perdoá-la, mas ela não resiste e morre.
    Jorge então decide morar junto com Sebastião, e a história termina com Basílio descobrindo a tragédia ocorrida. Ele se mostra totalmente indiferente e vai em busca de novas mulheres.
    O livro se tornou um clássico, e com razão. Trata-se de um romance crítico, mostrando a realidade da sociedade portuguesa da época.
    
Fonte da imagem : www.luso-livros.net
G.